O poder da contação de estórias na identidade cultural das crianças

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1 Comments

Sempre fui interessado pela leitura e pela contação de estórias, especialmente as nacionais, desde muito pequeno.


Meus pais tinham o hábito de ler e contar pra mim causos e contos dos mais diversos tipos. Eram pequenos textos infantis, daqueles que vinham nos livros de português, “Marcelo, marmelo, martelo”, “menina bonita do laço de fita”, “o bicho papão”…

Eram músicas do “tempo do ronca”, causos, histórias de “mal'assombro”, e as mais variadas narrativas típicas do nordeste. Lembro-me de cada fala entoada que meus pais encenavam segurando o livro e os sons e ruídos que deixavam tudo bem realista… Eu dava risadas, ficava assustado, apreensivo… São lindas memórias.
Quando descobri que gostava de escrever, o que faz algum tempo, eu quis fazer isso para transpor esse ideal, sonhando com o dia que alguém contaria uma história minha para um filho. Escrevi fábulas, contos, cordeis… Pensando nisso.
Eu cresci admirando os heróis nordestinos, os personagens infantis dos livros, as criaturas indefesas que ganhavam as coisas na inteligência… Isso foi fantástico, mas hoje em dia, com essa cultura de computação, onde foi parar tudo isso?
Onde se vê um pai, uma mãe, uma tia… Lendo histórias para os pequenos, encenando os contos, incentivando a leitura? Na frente de um celular as crianças aprendem, mas o que? É ignorando o saber que está ao seu lado que as crianças veem uma utopia ilusória no mundo globalizado.
Por que o super homem é mais importante que o Pedro Malazarte? Do que Cumadre fulôzinha? Do que o negrinho do pastoreio? Será que não temos heróis brasileiros, nordestinos, bananeirenses? Pra essas crianças de hoje não temos mesmo, por que ninguém mostrou a elas o contrário. Estávamos muito ocupados com nossos trabalhos, e ao invés de oferecer uma história, demos um iphone.
Não troque a cultura por um iphone!
Pra terminar, deixo aqui o recado pra você pai, mãe, irmã, tia… Leia uma boa história para o seu pequeno! Não deixe que ele seja educado por uma tela da microsoft, alie-se ao computador, mas mostre que a terra onde canta o sabiá tem muito a oferecer.


Quem escreve

Peu de Andrade, 20 anos, que de um sonho originário de 2011 surgiu a ideia de produzir contos e cordeis, e disponibilizar na rede, de forma gratuita. Aproveite e leia outros textos. Seja bem vindo!

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Um comentário:

  1. salamanacey5 de março de 2022 às 05:37

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