A cruz faz o coitado

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A cruz, pregada lá no meio da tua sala
É só uma arma que tua fé comprou a bala.
O cara lá pregado, já fugiu com a galera
Te deixou aí sozinho, lendo um monte de balela.

A cruz que eu carrego, é suja, eu deixo.
A cruz que eles rezam, é certa, eu beijo.

E o órfão lá caído, pede esmola no caminho
E você, nega a moeda, e coloca mais espinho
na coroa lá do cara, que tu prometeu amar
mas só queria comprar lá no céu um bom lugar.

Coitado. Pensou que um anjinho lhe esperava
mas morreu de uma batida e caiu lá na estrada.
Coitado. Era só uma ovelha que um dia acreditou
Entregou a sua alma pela lábia de um pastor.
Coitado. Do jovem que nunca pode ser liberto
Não viveu um paraíso com medo de um inferno
Coitado...


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